sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Deserto


Deserto

Tenho pela frente um enorme deserto
Já sinto seu calor a queimar
desidratar
machucar

Visualizo somente um enorme vazio
Uma enorme tristeza paira pelo ar
Como se você estivesse caminhado, caminhado, sem destino, sem rumo, sem lar.
Um enorme cansaço se apodera do meu ser

Levando a desacreditar nas pessoas, no mundo.
Deixando-me abatida, debilitada, melancólica.
Todo o meu ser está um reboliço
Agitado, abalado.

O sentimento que tenho é de abandono
Já não sirvo
Já não sou vantagem
Já não sou lucro

E vagar, vagar, vagar é o que tenho feito.
Movimentando em forma de círculo
Sem um começo ou fim
Oscilando a todo o momento

Como pude outra vez andar pôr um caminho tortuoso
Incerto, duvidoso, instável.
Como pude outra vez ser seduzida pela vida
Esperando dela retorno de um mundo melhor

Ingenuidade é o meu ponto fraco
Supor que existem pessoas com compromissos
Dedicadas às causas nobres
Que lutam, defendem o seu próximo.

Meu Deus!
Como tudo que o homem faz é vaidade
Pôr ela mata, mente, trai
Sem nenhum escrúpulo
Sem nenhuma vergonha
Sem nenhum tipo de sentimento

Vejo-me neste deserto sem fim
Em solidão a vagar
Chorando a dor que não cessa
Lamentando ter que atravessar o deserto

Mas este meu ser incurável
Não deixa de ter esperança
E fica sonhando acordada
Olhando para o horizonte
Desejando um oásis encontrar
E poder um pouco desfrutar
Refrescar
Alegrar
Conquistar

AH! Como se mata o tempo com banalidade, futilidade.
Quando se aprenderá que o tempo não se mata, se vive.
Quando poderão viver em comunhão
Sem ciúme
Inveja
Cobiça

Ah! Se eles soubessem como sou inofensiva
Que nunca desejei mal algum
Sempre tive as melhores intenções
Mesmo na adversidade não quis prejudicar
Posso falar a verdade
Colocar os pratos em cima da mesa
Deixar o escuro claro

Mas vejo ser este um defeito
Que incomoda muita gente
Mas que não tem coragem de dizer pela frente
Então não há outra maneira
A não ser apunhalar pelas costas
E lutar covardemente

O meu lado humano
Olha para a vaidade
Que invade a minha alma
Dizendo que se querem me destruir
É porque de certa forma tenho valor
Posso competir
Posso derrubar
E com essa virtude
Sou um páreo forte
No caminho do oponente
Do engano
Da demente

Rosemary Sanches Teixeira

Nenhum comentário:

Arquivo do blog