quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Cecília Meireles

Quem tivesse um amor,
nesta noite de lua,
para pensar um belo pensamentoe pousá-lo no vento!...
Quem tivesse um amor
- longe, certo e impossível
-para se ver chorando,
e gostar de chorar,
e adormecer de lágrimas e luar!
Quem tivesse um amor,
e, entre o mar e as estrelas,
partisse por nuvens,
dormente e acordado,l
evitando apenas,
pelo amor levado...
Quem tivesse um amor,
sem dúvida nem mácula,
sem antes nem depois:
verdade e alegoria...
Ah! Quem tivesse...
(Mas quem tem? Quem teria?)

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